sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ACRE ANTIGO

Administração do Acre (1928-1929): ao centro o governador Dr. Hugo Carneiro, tendo à esquerda o coronel João Cancio Fernandes, 1o vice-governador do Território; e à direita o Dr. Francisco de Oliveira Conde, secretário geral do Território. De pé da esquerda para a direita: agrimensor Achylles Peret, diretor de obras públicas; coronel João Coelho de Miranda Fonseca, diretor da contabilidade; major Djalma Dias Ribeiro, comandante da Força Policial; Dr. Alberto José Leão Martin, intendente do município da capital; Dr. José Francisco de Mello, chefe de Polícia do Território; Dr. Amanajós Araújo, diretor do Interior, contencioso e povoamento; professor Pedro Mattos, diretor de Instrução Pública; Dr. Amaro Theodoro Damasceno Junior, diretor de Higiene e Saúde Pública e Jacy Carneiro do Nascimento, oficial de gabinete do governador.

RIO BRANCO: comemorando o primeiro aniversário do governo Hugo Carneiro, inaugurou-se a PRO MATRE ACREANA, instituição fundada sob os auspícios da senhora Hugo Carneiro. Fotografia tirada no momento da inauguração. Rio Branco, 15 de Junho de 1928.

Aspectos de uma rua de Rio Branco no momento em que a companhia de sua força policial se apresta para se ver passar em revista pelo governador Hugo Carneiro, no dia 7 de setembro 1928.
Arquibancada dos sócios do Rio Branco Foot Ball Club. Fotografia tirada no dia de sua inauguração, em junho de 1929.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

AQUILO QUE NÃO FOMOS

Paulo Bomfim


Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos!
Não houve erros,
Nem cálculos falhados
Sobre a estepe de papel.
Apenas,
Não somos os calculistas
Porém os calculados,
Não somos os desenhistas
Mas os desenhados,
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos.
Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante.

Ao longe, uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos. 


BOMFIM, Paulo. 50 anos de poesia. São Paulo: Editora Green Forest do Brasil, 2000. p.189

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

VIVENDO...

Raul de Leoni (1895-1926)


Nós, incautos e efêmeros passantes,
Vaidosas sombras desorientadas,
Sem mesmo olhar o rumo das passadas,
- Vamos andando para fins distantes...

Então, sutis, envolvem-nos ciladas
De pequenos acasos inconstantes,
Que vão desviando, a todos os instantes,
A linha leviana das estradas...

Um dia, todo o fim a que chegamos,
Vem de um nada fortuito, entretecido
Nas surpresas das horas em que vamos...

Para adiante! Ó ingênuos peregrinos!
Foi sempre por um passo distraído
Que começaram todos os destinos... 


LEONI, Raul de. Melhores poemas. Seleção Pedro Lyra. São Paulo: Global, 2002. p.76

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

TRIBUTO A MANOEL DE BARROS (1916-2014)



TRIBUTO A MANOEL DE BARROS
Isaac Melo


coração de barro
num corpo sem chão

aves palavras
a chilrear

manuel
ao fim de tudo
mudo

pantanal
a falar

só a poesia
ousa calar

domingo, 16 de novembro de 2014

TRIBUTO A ADIB JATENE (1929-2014)

Isaac Melo




ADIB JATENE
da tabatinga de Xapuri
fez tanto coração
voltar a ri
que de comoção
o seu não pôde resistir...

....acreanamente gerado
fez re/viver
o coração cansado
da humanidade!

VARIAÇÕES DE UM MESMO TEMA




por Luiz Felipe Jardim

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

POEMA PREMIADO

Poema “Existência”, com o qual venci, categoria ex-alunos, o concurso de poesia promovido pela PUCPR.

Poema em exposição!

Entrega da premiação no (TUCA) Teatro da PUCPR.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O ACUSADO

Cassiano Ricardo (1895-1974)


Quando eu nasci, já as lágrimas que eu havia
de chorar, me vinham de outros olhos.

Já o sangue que caminha em minhas veias pro futuro
era um rio.

Quando eu nasci já as estrelas estavam em seus lugares definitivamente
sem que eu lhes pudesse, ao menos, pedir que influíssem
desta ou daquela forma, em meu destino.

Eu era o irmão de tudo: ainda agora sinto a nostalgia
do azul severo, dramático e unânime.
Sal – parentesco da água do oceano com a dos meus olhos,
na explicação da minha origem.

Quando eu nasci, já havia o signo do zodíaco.

Só o meu rosto, este meu frágil rosto é que não
quando eu nasci.

Este rosto que é meu, mas não por causa dos retratos
ou dos espelhos.

Este rosto que é meu, porque é nele
que o destino me dói como uma bofetada.
porque nele estou nu, originalmente.
porque tudo o que faço se parece comigo.
porque é com ele que entro no espetáculo.
porque os pássaros fogem de mim, se o descubro
ou vêm pousar em mim quando eu o escondo.


RICARDO, Cassiano. Melhores Poemas. Seleção Luiza Franco Moreira. São Paulo: Global, 2003. p.78-79

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

OS MENINOS MAIS ENGRAÇADOS DO ACRE

Eles são de Mâncio Lima, e fazem o humor mais engraçado do Acre, com suas paródias e zoações. O nome do canal, com cerca de 150 mil visualizações, já é sugestivo LUGAR INEXISTENTE, em clara referência ao jargão nacional ‘o Acre não existe’. Em vez de querer provar que o Acre existe, eles fazem exatamente a crítica contrária. Tudo de forma improvisada e nada profissional. Tão Acre!

sábado, 8 de novembro de 2014

O MEDO VENCEU A ESPERANÇA

Inês Lacerda Araújo


Quais foram as pessoas que insistiram em entronizar novamente o PT no poder, do qual não deseja e nem pode sair?

Anos atrás uma colega da UFPR me convidou para evento ou manifestação do PT, sequer passou pela sua cabeça que eu não fosse partidária daquele ideário e daquelas propostas, socialismo, ocupação de terras, Lula no poder, triunfo da esquerda, etc.

Isso porque petistas sempre se consideraram acima de suspeita, partido da ética (pois sim!!!), militância aguerrida, modelo socialista cubano, a estrela vermelha acima de tudo e de todos. Nós, e somente nós, temos razão, somos bons, os melhores, o Brasil irá se transformar, sem miséria, sem fome, nacionalizaremos os bancos, o MST será o dono do campo, fora agricultura de exportação, todo poder aos sindicatos, enfim, vários slogans e palavras de ordem para ganhar não adeptos e sim fervorosos militantes.

Nada disso, e Lula para exercer governo minimamente eficaz, precisou usar dos princípios e bases da economia de mercado. O FMI não teve sua dívida paga, o MST só não invadiu à vontade propriedades rurais, porque, afinal, sem exportar grãos a balança comercial entraria em colapso. Depois foi o que se viu, cabresto à custa de dinheiro de deputados (mensalão) e agora, justamente depois de acusar Fernando Henrique, Alckmin e Serra de quererem privatizar a Petrobras, o lulopetismo afundou a Petrobras, "privatizou" a empresa, mas para eles!!!

A oposição perdeu novamente.

Quem votou em Dilma?

Pobres e miseráveis amedrontados, amordaçados e deixados em condição de pobreza e miséria. Sim, aumentou o número de miseráveis, isso convém, isso é necessário, manter toda uma população sob o garrote. A distribuição de riqueza falhou, ou melhor, foi feita na medida certa para a manutenção no poder.

Os que usufruem do poder, não saem, assim não precisam batalhar por emprego, e as falhas podem continuar acobertadas. De qualquer modo, milhares de apaniguados que não largam o osso.

Votaram também, é claro, os militantes, eu diria, os fiéis à causa, cuja cartilha são as lições pré-históricas dos intelectuais marxistas. Para eles o muro de Berlim, que caiu há 25 anos, precisa ser reerguido. A imprensa precisa ser censurada (há os simpatizantes da Folha de São Paulo, mesmo quando este jornal critica o governo, a militância acusa apenas a TV Globo, claro, analfabetos assistem TV mas não leem jornal...), os grupos sociais simpáticos à causa serão financiados, os professores de História contarão que o capitalismo é mau, que os pobres são bons e os ricos maldosos, esse conto de fada tão fácil de fazer a cabeça da rapaziada.

A desconstrução mentirosa foi muito bem articulada, deu certo.

O que o lulopetismo não  previu foi a força dos protestos, a indignação,  a esperança de ter um governo eficiente e ético foi frustrada e hoje serve de mola para protestos pós-eleitorais. Isso nunca se viu antes!

Os que votaram em Aécio podem esperar mais quatro anos. Será difícil, muito difícil...


* Inês Lacerda Araújo - Professora de Filosofia durante 40 anos, na UFPR, e nos últimos anos na PUCPR. Atualmente autora de livros sobre Epistemologia, História da Filosofia e Teoria do Conhecimento.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA DO ACRE CONCEDE COMENDA DE MÉRITO CULTURAL A QUATRO PERSONALIDADES DA CULTURA ACREANA

O Conselho Estadual de Cultura, no próximo dia 05 de novembro, quarta-feira, Dia Nacional da Cultura, confere comendas de Mérito Cultural, em memória e em vida, a quatro personalidades da cultura acreana.

Este ano serão brindados “Em Memória” o cientista e escritor tarauacaense Djalma da Cunha Batista e o escritor e jornalista João Mariano da Silva.

Na categoria “Em Vida” será agraciado o Padre italiano André Ficarelli, há anos radicado e prestando serviços inestimáveis ao Acre; o outro agraciado é o poeta senamadureirense Jorge Tufic, com trabalhos reconhecidos dentro e fora do país.

A cerimônia de premiação ocorrerá no átrio de entrada do Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, na Av. Getúlio Vargas, nesta quarta-feira DIA 05 DE NOVEMBRO, dia da Cultura, às 18h30min.

(Com informações repassadas por Clodomir Monteiro, do Conselho Estadual de Cultura)

BREVE HISTÓRICO DOS AGRACIADOS DA COMENDA MÉRITO CULTURAL

CATEGORIA “Em vida”
 
FREI ANDRÉ FICARELLI
Frei André Ficarelli é italiano, e pertence a Ordem do Servos de Maria. Ficarelli está no Acre desde 1950. É o arquiteto que projetou a Catedral Nossa Senhora de Nazaré, em Rio Branco, cuja construção teve início em 1948, com inauguração em 1959.

POETA JORGE TUFIC
O poeta e jornalista Jorge Tufic é acreano de Sena Madureira, nascido em 13 de agosto de 1930. Tufic é consagrado como um dos melhores e mais importantes poetas de sua geração, tendo exercido um papel imprescindível na literatura amazonense (Clube da Madrugada), cearense e acreana. Em 2012, recebeu o Prêmio Raul Bopp da União Brasileira de Escritores (RJ), pela obra “Quando as noites voavam”. Jorge Tufic pertece às Academias de Letras do Acre, do Amazonas e de Letras e Artes do Nordeste. É ainda autor do Hino do Estado do Amazonas.

CATEGORIA “Em Memória”

JORNALISTA JOÃO MARIANO DA SILVA
João Mariano da Silva nasceu em Aracati, estado do Ceará, em 13 de maio de 1897. Chegou ao Acre no início de 1920, estabelecendo-se em Cruzeiro do Sul. Foi professor primário e redator do famoso jornal O Rebate, jornal fundado em 1921, e que veio a ser o de maior circulação do Território, o qual foi editor por 50 anos, desde 1946 (data em que João Mariano o assumiu) até 31 de março de 1972, quando faleceu. João Mariano marcou a história do jornalismo acreano.

CIENTISTA E ESCRITOR DJALMA DA CUNHA BATISTA
Djalma da Cunha Batista nasceu em Tarauacá (AC) em 20 de fevereiro de 1916, e faleceu em Manaus, no dia 20 de agosto de 1979. Cientista, pesquisador, escritor, literato, homem de profunda cultura. Formou-se em Medicina pela conceituada Faculdade de Medicina da Bahia, em 1939, tornando-se um dos médicos mais conceituados da região Norte pelas suas pesquisas, entre outras no campo da Tisiologia. Foi presidente por três vezes da Academia Amazonense de Letras e presidente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Publicou, entre outras, as seguintes obras: Letras da Amazônia (1938); Da Habitalidade na Amazônia (1965); O Complexo da Amazônia (1976); Cartas da Amazônia (1989, póstuma), publicado por Guimarães de Oliveira. Em 1996 foi publicado sobre ele o livro “Djalma Batista: um humanista da Amazônia”. A editora Valer, do Amazonas, reeditou algumas de suas conferências num livro intitulado Amazônia, Cultura e Sociedade (2003), e O Complexo da Amazônia, a mais importante obra de Djalma Batista.

sábado, 1 de novembro de 2014

JUVENTUDE (Sommarlek, 1951)

Um dos meus filmes preferidos de Ingmar Bergman.

“A proposta apresentada por Ingmar Bergman em Juventude (Sommarlek, 1951) é esquadrinhar os recônditos mais íntimos da memória de uma pessoa, e explorar todas as decorrências dessa intenção. A personagem principal da história é Marie (Maj Britt-Nilsson), uma bailarina clássica que relembra os dias idílicos que passou com um namorado em uma ilha, e essa rememoração lhe traz de volta as dores e as delícias de um episódio que passou a acompanhá-la, de uma maneira ou de outra, pela vida. Inicialmente, somos apresentados ao momento atual da sua vida, em que ela se dedica exclusivamente à sua arte, fato que incomoda muito seu atual parceiro. Para ela, o viver é o teatro antes de mais nada, e o palco é o lugar onde ela se sente completa. E essa predileção pela dança ocasiona um afastamento entre ela e ele, o que é demonstrado sutilmente no roteiro escrito pelo próprio realizador em parceria como Herbert Grevenius.

Em determinada altura, as recordações assomam na cabeça de Marie, e somos transportados, juntamente com o seu pensamento, para aquele verão que ficou para a vida inteira. É então que conhecemos Henrik (Birger Malmstem), um rapaz simples de quem ela primeiro fica amiga, para desenvolver uma paixão posteriormente. Entre eles, surge um amor típico de juventude, com suas incertezas à flor da pele e sua intensidade plena, como se, se não tiverem um aou outro, não serão capazes de amar mais ninguém. Assim, Bergman vai pincelando delicadamente o seu retrato dessa fase da vida em que tudo ganha proporções magnas, especialmente os sentimentos de amor e ódio. Jovens, quando amam, são capazes de viver exclusivamente para a pessoa amada, não medido qualquer esforço para satisfazê-la. Por outro lado, quando odeiam, manifestam tal sentimento de forma muitas vezes cruel, sem que se permitam, muitas vezes, rever o que pensam sobre a pessoa a quem o destinam. No romance de Marie e Henrik, os dois sentimentos estão presentes sob a forma de um pêndulo, evidenciando o quão oscilantes aqueles dois jovens são naquele momento.

> Continue lendo aqui ocomentário crítico de Patrick Corrêa.